Bhante Punnaji Thera - Metapsicologia - Paticca Samuppada

Parte 1:

Parte 2:

Bhante Punnaji explica o processo da Originação Dependente em termos ocidentais com surpreendente clareza.
Transcrição:

Bhante Punnaji Thera - Metapsicologia - Paticca Samuppada - Parte 1

Namo Tassa Bhagavato Arahato Sammasambuddhasa
Hoje falaremos de Metapsicologia. Quando falamos de Metapsicologia, em realidade não estamos falando de duas coisas: Uma é Cosmologia, que se ocupa principalmente do Cosmos, o mundo objetivo. E a outra é Ontologia, que fala da "existência"... não só da "existência" de objetos externos, senão também da existência de mim mesmo: "Existo". Já falamos disso: o sujeito e o objeto, e dissemos que isso não existe, nesse sentido, senão estamos somente falando da "Experiência". E o estudo dessa "experiência" é a Metapsicologia. Então quando falamos da "Experiência", estamos falando de um tipo de "Determinismo". Determinismo quer dizer que (... CORTE...) (...) isto é porque este "processo do pensamento" está em marcha INCONSCIENTEMENTE. Não estamos conscientes do que está em marcha. Ainda quando falamos, não o fazemos conscientemente, simplesmente ocorre. E quando fazemos coisas, como caminhar, ou quando escrevemos, ou qualquer coisa, todo isso que fazemos ocorre inconscientemente. Começamos a ser conscientes de certos atos, só quando os fazemos pela primeira vez; como quando vamos digitar, temos que saber onde estão as letras para fazê-lo.

Mas quando nos acostumamos a digitar, não temos que pensar, nossos dedos sabem melhor que a mente onde estão as letras! Assim, de maneira similar, se uma pessoa quer tocar piano, ou violino, ao começo tem que fazer o esforço de pôr os dedos nos lugares correspondentes, mas após um tempo, os dedos sabem o que fazer automaticamente. Então, é como isso, tudo o que fazemos ocorre inconscientemente. Ocorre devido à presença das condições necessárias, isso é o importante. É por isto que se chama "Determinismo Psíquico". Esta é uma expressão ditada por Freud, já que em seu tempo existia o que chamavam "Determinismo", com respeito a fenômenos físicos.

Mas agora, estamos falando de processos mentais. (... CORTE...) ... porque "se uma coisa vem após outra, não pode ocorrer ao mesmo tempo!" Como poderia ser isso? Para entendê-lo, devemos entender que há 3 tipos de antecedência. Uma chama-se "Antecedência Espacial" Quer dizer que no espaço, se temos uma bola, depois outra, depois outra... temos uma fila de bolas, uma após a outra... isso é "Antecedência Espacial". Por exemplo, uma fila de rochas, isso é "Antecedência Espacial", uma após a outra no ESPAÇO. Temos outro tipo de Antecedência, chama-se "Antecedência Temporária", Isso é no TEMPO. Por exemplo, golpeio (...) assim. Um golpe vem após o outro golpe. Mas o golpe não está no ESPAÇO, mas no TEMPO. Um após o outro no TEMPO. Essa é a "Antecedência Temporária" Mas temos outro tipo de Antecedência, digamos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 1 vem antes de 2, 2 antes de 3, 3 antes de 4, e assim... Isso não é "Antecedência Espacial", não é "Antecedência Temporal", não é no tempo. Isso se chama "Antecedência Lógica". Quando falamos de "Antecedência Lógica" (... CORTE...) E devemos compreender ademais, Como entendeu isto o Buda? Todo o acordar do Buda é descrito no PaticcaSamuppada (Originação Dependente) Isso foi o que compreendeu. E como o compreendeu? Isto é o importante. Verão, quando o príncipe Siddhatta deixou seu lar, foi a aprender meditação com dois mestres. E que ensinavam? Mediante verdadeiro exercício, o Buda aprendeu a praticar os Jhanas. E após os Jhanas, passou aos Arupa Samadhis (Jhanas Imateriais) Espaço Infinito, Cognição Infinita, Nada Infinito, e depois Nem-Sensação-Nem-Não-Sensação.

E por fim, a Cessação da Percepção e da Sensação. Isso foi o que fez. E depois devemos compreender a palavra "Sankhara" Aqui difiro com ... () Ele explica a palavra sankhara de outra maneira... O que eu quero dizer é: o Buda falou de 3 tipos de sankhara: Kaya Sankhara, Vacci Sankhara e Citta Sankhara (... CORTE...) Disse que, sañña é simplesmente ver as cores, e ouvir um som é simplesmente ouvir um som. Mas quando somos capazes de VER um OBJETO, então é CRIADO um objeto a partir dessas cores. É fácil de entendê-lo quando pensamos em uma pintura. Quando alguém está pintando um quadro, que está fazendo? Está pondo cores em um pedaço de papel, isso é tudo o que está fazendo... E depois vemos e dizemos: "Oh! aí há uma árvore, um rosto, um homem" Como é que a árvore e o homem vieram a ser? O faz criando em sua mente, a partir das cores. Essa criação de um objeto é "Sankhara". Esse é o significado. E quando criamos um objeto, então ademais começamos a ver a diferença entre esse objeto e outro objeto que foi criado, então distinguimos entre um objeto e outro; essa distinção entre um objeto e outro, é o que se chama Viññana. Viññana é em realidade, diferenciar.

Por isso alguns a chamam "consciência discriminativa". Discriminação também quer dizer, começar a ver diferenças. O importante é que quando falamos de Sankhara, temos 3 tipos. A pessoa que entra no Primeiro Jhana, mencionei 5 fatores do Jhana (... CORTE... Explica que no 2º Jhana se detém o 1° tipo de Sankhara: Vacci Sankhara - a formação verbal) A quebra do açúcar é algo que ocorre no interior, no sangue, e quando o sangue vai para a célula, isso ocorre. Então a respiração, e a inalação e exalação são duas coisas diferentes. Isto é muito importante de compreender: que a respiração ainda continua, mas o mínimo de respiração... para que a vida continue... mas não há realmente inalação e exalação... Então, o Kaya Sankhara (formação corporal - "inalação e exalação") detém-se no Quarto Jhana, mas ainda há Vedana e Sañña (Sensação e Percepção) Quando entras em Vedana-Sañña-Nirodha (Cessação da Percepção e da Sensação), Vedana e Sañña detêm-se, e então inclusive o Citta Sankhara (formação mental) detém-se. E quando o Citta Sankhara se detém, quer dizer que o processo mental se detém. O processo mental como atividade se detém. É nesse momento em que há verdadeiro Avijja. Avijja quer dizer "sem consciência de nenhum tipo" E depois, isso é temporário, sais desse estado... A diferença entre um corpo morto e um corpo de uma pessoa que entra nesse estado, é que no corpo dessa pessoa há Ayu-Sankhara. Ayu-SAnkhara é o que hoje conhecemos como Atividade Metabólica. O que é o processo de construção e o processo de destruição... A respiração é o processo de destruição e construção. Estes dois processos são a Atividade Metabólica. O processo de construção chama-se Anabolismo, o processo de destruição chama-se Catabolismo. E ambos juntos são o Metabolismo. Então, é muito importante compreender isso.

Mas é QUASE como um corpo morto, porque a mente não está funcionando. Só o corpo está funcionando. Quando saímos desse estado, o primeiro que vem é o Citta Sankhara, que é Vedana e Sañña (Sensação e Percepção), e quando entramos no Terceiro Jhana a respiração volta a aparecer, (Kaya Sankhara) e quando entramos no Primeiro Jhana Vittaka-Viccara (pensamento e inferência) aparecem também. (Vacci Sankhara) Então, enquanto saímos desse estado, começamos a ver que é de um estado de Inconsciência que esta Atividade Mental começa. E é a Atividade Mental de CRIAÇÃO, que cria percepções, a qual é criar coisas a partir da mente... Essa criação mental, que é a atividade da mente, vem a ser somente de um estado de não-saber, de inconsciência. De modo que de um estado de inconsciência a atividade mental de criação começa. Esse é o significado de "Avijja Paccaya Sankhara" (A Ignorância é condição para o Sankhara) E depois vem todo o processo de cognição, e depois o processo afetivo, e assim... e então todo o PaticcaSamuppada é uma explicação (do processo mental)...

Bhante Punnaji - Metapsicologia - Paticca Samuppada - Parte 2

Namo Tassa Bhagavato Arahato Sammasambuddhasa
Hoje, continuaremos com a discussão sobre o Paticca Samuppada. Como mencionei antes, o Paticca Samuppada é uma descrição do Processo Mental mesmo. Mencionei antes em algum momento, que para compreender isto apropriadamente, devemos nos considerar como "Organismos em um Meio" E então como organismos temos 5 sentidos, e o meio estimula os 5 sentidos, e o organismo reage a esses estímulos, essa reação é o que chamamos "a mente" Então o processo mental em si mesmo é uma reação ao estímulo. E começa com a estimulação sensorial, e há três etapas na reação: A primeira é a Etapa Cognitiva; Logo a Etapa Conceitual ou de Pensamento, e isso resulta na Excitação Emocional; E a Excitação Emocional em última instância leva à Ação. Essa é a culminação da Reação.

O problema é que essa reação nem sempre culmina, e quando não culmina, permanece como "sofrimento", Dukkha. Isso é o principal. Então esta reação é o que o Buda descreve no Paticca Samuppada. O primeiro a compreender é que esta reação é, as palavras do Buda são... que a primeira estimulação que leva à primeira parte (... CORTE...) Viññana é simplesmente a Cognição ou Percepção. A seguinte etapa chama-se Maño, que é a atividade do cérebro. Viññana está mais focado nos órgãos sensoriais, enquanto a seguinte etapa é da atividade do cérebro. A etapa emocional... A atividade do cérebro chama-se Mano, a atividade de percepção, Viññana. A atividade do cérebro, Mano, que é pensar. A seguinte parte, é a atividade endócrina, isto quer dizer que, são enviadas mensagens do cérebro às glândulas, e as glândulas secretam hormônios no sangue, e isto é levado a diferentes partes do corpo, e estas diferentes partes do corpo começam a funcionar de novas maneiras, de acordo com os hormônios secretados... esta forma de comportamento do corpo é a excitação emocional, que sempre se acompanha de TENSÃO nos músculos do corpo, e isto nos faz sentir incomodidade... é então para desfazer-nos desta incomodidade, que começamos a atuar, o que é a libertação da tensão na forma de ação. E então, este tipo de reação do organismo ao estímulo do meio é o processo mental. Agora, no Paticca Samuppada, o Buda usa estas palavras em Pali: Avijja Paccaya Sankhara Sankhara Paccaya Viññana Viññana Paccaya Nama-Rupa Nama-Rupa Paccaya Salayatana Salayatana Paccaya Phasso Phassa Paccaya Vedana Vedana Paccaya Tanha Tanha Paccaya Upadana Upadana Paccaya Bhava Bhava Paccaya Jati Jati Paccaya Jara-Marana soka-parideva-dukkha domanassupayasa sambhavanti evametassa kevalassa dukkhakkhandhassa samudayo hoti Em outras palavras, assim é como Dukkha ("sofrimento") surge. Então todo esse processo, é o processo mediante o qual Dukkha surge. Então, primeiro está o processo cognitivo, que é Viññana.

E esse processo, ou a atividade que produz esse processo cognitivo é Sankhara. Então, "Avijja Paccaya Sankhara" quer dizer: "De um estado de inconsciência, a atividade mental começa" Inconscientemente... E... então há Viññana, ou Cognição. Então, o que é conhecido é simplesmente o que "aparece a você," e tudo ocorre inconscientemente... e "o que aparece," é o que se chama "Nama-Rupa." Viññana é o processo pelo qual Você começa a distinguir entre diferentes objetos. E estes objetos, são os "Rupas", que quer dizer "o que aparece" Rupa quer dizer aparência", e Nama é a identificação do que aparece... Você Começa a "nomear" as coisas, "isto é uma câmera," ou "isto é um livro," ou "isto é uma mesa," "isto é uma cadeira." Então começas a nomear, mas o nomear é um "reconhecimento" de algo. Todo o processo de reconhecer algo e lhe dar nome, é "Nama," e o que foi visto é "Rupa". Então... "Nama-Rupa Paccaya Salayatana": quando existem o reconhecimento e a percepção, o Buda assinala que estas percepções pertencem a diferentes campos. Seis campos de percepção: o campo da visão, o campo da audição, o campo do olfato, o campo do gosto, o campo do tacto, e o campo do pensamento. Assim, por estes diferentes campos, reconhecemos as coisas. Esta divisão em campos ajuda-nos a compreender que estas não são simplesmente coisas, mas que tudo aquilo no que pensamos como objetos, vêm de diferentes campos, e pomo-los todos juntos para criar um corpo ou objeto. Agora, com a vinda dos diferentes campos de percepção, há Experiência Sensorial.

"Phassa" é traduzido comumente como "Contato," isto não é contato," não é um toque. É Experiência Sensorial. Isto quer dizer: ver, ouvir, cheirar, degustar, tocar, pensar. Mas nessa experiência sensorial, onde falamos do pensar, isso é Mano Viññana. " Mano Viññana é em realidade, pôr tudo isto junto e criar um objeto.

De outra maneira teríamos só o que é visto, ou o que é ouvido, ou o que é cheirado, ou o que é degustado... Estas são coisas separadas, mas o processo de pensamento une-os, e quando pensamos em uma cadeira, não só conhecemos sua cor e sua forma, também conhecemos que é dura, e se a cheiramos terá cheiro, e se a golpeamos terá som, e de tudo isso estamos conscientes... de modo que quando dizemos cadeira," não só pensamos em uma imagem, e então torna-se algo muito sólido e real para nós, porque estamos pensando em todos esses termos... Então, com esta "experiência sensorial" vem a Sensação (Vedana). Há sensação agradável, desagradável, ou neutra. no momento em que começamos a ver em termos de "agradável, desagradável, ou neutro," vem a Reação Emocional (Tanha) com isso. A Reação Emocional vem na forma de: Desejo pelo que é agradável, Aversão pelo que é desagradável. E o neutro só nos faz sentir que há algo existindo aí.

"Que algo existe." Assim, a reação emocional é o que se chama "Tanha", usualmente traduzido como "Ânsia" (ou Desejo), não é só Ânsia, é a reação emocional, o IMPULSO, eu o traduziria como o Impulso. E o impulso emocional é poderoso... impulsiona-te a atuar. Agora, essa reação emocional, o impulso, leva a outra coisa, que é, que começamos a personalizar (Upadana), a dizer "isto é meu", personalizamos. Porque começamos a desejar certas coisas... se é agradável vemo-lo como agradável, se é desagradável vemo-lo como desagradável, e a sensação neutra é simplesmente "algo que existe", e então o personalizamos, e dizemos, "isto é meu". Usualmente isto é traduzido como "Apego" e "Aferramento", mas não é só isso, é PERSONALIZAR, dizendo "isto é meu". E depois, claro, vem o seguinte passo, que é "Ser" ou "Existência" (Bhava)... O que tem sido personalizado como "meu", junto se torna "eu mesmo"... "Eu começo a existir". Não são os objetos sozinhos que começam a existir, A isso ocorre antes. aqui, "eu começo a existir", um "em mesmo" começa a existir, porque personalizo as coisas... e tudo o que personalizo se converte em "Eu", "Mim mesmo". Assim é como "minha existência" começa a ser, isso é Bhava. Então, Bhava não é "devir," é "existir"... Tem sido chamado "devir" só porque certos filósofos no Ocidente usaram esta palavra devir, e distinguiram devir de existir. Existir é uma permanência, devir é mudança. Então como o Buda fala de impermanência, pensaram "não pode ser "ser", tem de ser "devir"". Mas isso é um erro, o que o Buda tenta dizer aqui é que, ao personalizar, "você começa a existir", seu "si mesmo" começa a existir. Agora, personalizando o corpo, você diz "isto é meu," e depois o que é "meu" torna-se "eu mesmo" ... o corpo converte-se em mim mesmo... e não somente o corpo, inclusive o que chamamos processos mentais, as sensações, as percepções, as concepções, e a cognição mesma, "é minha", e então toda a atividade mental se torna "minha", "eu mesmo". Não só isso, inclusive as coisas externas... digamos, se você tem uma casa, isso se torna "seu, você mesmo", " mas alguém diz, "como é que uma casa se torna "eu mesmo?", o importante é... se você tem uma casa grande, e outra pessoa uma casa pequena, vovê começa a pensar, "sou uma grande pessoa", como é que se "é uma grande pessoa" porque se tem uma grande casa? Porque a casa tornou-se você mesmo! E se você tem um grande automóvel, ou algo do estilo, e você o compara com o de outro, e se a outra pessoa tem um automóvel pequeno, você começa a pensar: "sou uma pessoa superior, porque tenho um automóvel superior". Ou, de outra modo, se você tem um automóvel menor que o do outro, começa a se sentir pequeno... por que? Porque o automóvel tornou-se "você mesmo". Então, ainda que não vejamos como os objetos externos se tornam "eu mesmo", isso ocorre inconscientemente... Você não se dá conta disso... mas ocorre assim... Então, "Upadana Paccaya Bhavo" quer dizer que quando há personalização, "você" começa a "existir"... com a personalização... E como você começa a existir, começa a comparar-se com outros, e diz, "sou inferior" ou "sou superior" ou "sou igual"... inferioridade, superioridade e igualdade vêm de seu "existir", seu "começar a existir" desta maneira... você está comparando seu "eu mesmo" com outros... Agora, uma vez que começou a existir, o que ocorre é que você "Nasce" (Jati). Disto, as pessoas acham que este "Nascimento" (Jati) significa o próximo nascimento, após a morte... Não... Deve-se a que você identificou o seu "eu mesmo" com seu corpo, pensando "o corpo é meu", e depois "o corpo é eu mesmo", quando, então, o nascimento do corpo se torna o "Meu Nascimento"... Isso é Nascimento". Então, o nascimento do corpo torna-se "meu nascimento", porque o corpo tornou-se meu, eu mesmo, comecei a existir personalizando o corpo, e então começo a existir no sentido de que o corpo se converte em eu mesmo... e então, o nascimento do corpo, torna-se "meu nascimento", e depois, este mesmo corpo, envelhece... e então você pensa "eu estou envelhecendo", e quando o corpo morre, você pensa, "eu estou morrendo"... Então tudo é feito por esta personalização começar a existir, e depois vem o nascimento, e o nascimento leva ao envelhecimento e morte. E a impermanência de todas estas coisas que têm sido personalizadas, o faz infeliz... "pesar, lamentação, dor, tristeza, e desespero" vêm a existir, como resultado disto... Então, foi o impulso emocional que levou ao personalizar, e o personalizar que levou ao começar a existir, e o começar a existir levou ao nascimento, e o nascimento levou ao envelhecimento e morte, e a todos os pesares e sofrimentos no mundo. Então, TODO este PROCESSO, é algo ocorrendo aqui e agora! Não algo que vem do passado, ao presente ou ao futuro... não estamos falando de passado, presente, futuro... está ocorrendo inteiro ao mesmo tempo. Isto quer dizer que, a inconsciência (Avijja) está aí o tempo todo, e é baseado nesta inconsciência que a atividade mental começa (Sankhara), e com a atividade mental vem a parte da cognição (Viññana), e com a cognição vem "o que foi conscientizado, conhecido", Nama-Rupa, e com isso vêm os seis campos da percepção (Salayatana), e com isso vem a experiência sensorial (Phassa), e com a experiência sensorial e a sensação (Vedana) vem a reação emocional (Tanha), o impulso, e isso leva à personalização (Upadana), dizendo "isto é meu", e com esta personalização vem "minha existência", e quando vem "minha existência", então o nascimento do corpo é "meu nascimento", e o envelhecimento do corpo é "meu envelhecimento", e a morte do corpo é a "minha morte". Então, quando esta inconsciência foi removida, isto é, quando nos tornamos conscientes de todo este processo, quando nos fazemos conscientes de todo este processo, então, a atividade se detém... Isto está ocorrendo inconscientemente. No momento em que nos fazemos conscientes, então essa atividade se detém, porque está ocorrendo inconscientemente. Agora, conscientemente, é possível continuar o processo cognitivo, que é Viññana, Nama-Rupa... você pode vê-lo... mas agora o vê como percepção. Não está vendo uma entidade aí, não está vendo "um objeto", você está vendo a percepção de um objeto. Isso é "Abhijanati" (super-percepção), abhijanati é o que ocorre. O Arahant (discípulo libertado) ainda que a atividade da consciência ocorra, a cognição ocorra, essa atividade é vista como uma atividade da mente. Entendem o que digo? E devido a isso, a reação emocional se detém.

E quando a reação emocional se detém, a personalização se detém. E quando a personalização se detém, seu "existir" se detém. Você não se vê como "existindo"... e então não está se identificando com o corpo, e o nascimento do corpo não é o seu nascimento, o envelhecimento e morte não é seu envelhecimento e morte, e não há "pesar, lamentação, dor, tristeza e desespero"... Todos estes problemas psicológicos desaparecem nesse ponto. Esse é o fim do sofrimento. Todo este processo está ocorrendo ao mesmo tempo, está ocorrendo devido à inconsciência, então Avijja não é ignorância", Avijja é "inconsciência", "não estar a par"... E então, é mediante "Sati" que nos fazemos conscientes disto. Sati é "estar consciente" disto... tornar-se consciente do processo O qual é Introspecção, olhar dentro... (...) Está ocorrendo ao mesmo tempo... (...) Bom, é de um estado de ignorância que a atividade mental começa, a qual é "Sankhara" A atividade de criar objetos... E quando isso ocorre há Viññana, que é o ato de distinguir entre objetos... todo isso está ocorrendo ao mesmo tempo... E depois quando há distinção entre objetos, há objetos vistos, em forma de Nama-Rupa, e quando isso está ocorrendo, sempre há as diferentes percepções sensoriais, e isso é a experiência sensorial... e quando há experiência sensorial, há reação emocional, e com a reação emocional vem a personalização, e com a personalização vem a "existência" do si mesmo, e com isso vem nascimento, envelhecimento e morte... Então, tudo isto está ocorrendo ao mesmo tempo, um dependendo do outro, mas ocorrendo ao mesmo tempo... É por isto que é independente do tempo... Mas quando começamos a pensar na existência mesma, é a existência que cria o passado, o presente e o futuro, no momento em que pensamos em existência", estamos pensando em existência no tempo. Tanto tempo como espaço vêm daí. Espero que tenham compreendido o Paticca Samuppada. Que todos estejam bem, em paz, e felizes.